quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

| IDEIAS PARA A NOSSA FUTURA CASA |

Na casa nova, gostava de ter um piano. Na sala. Para tocarmos os dois. Para desenferrujarmos os dedos e as notas das pautas.
Quando era miúda, aí dos 9 aos 15 anos, andei na música. A Sissi ensinou-me o solfejo, a ler as pautas, a tocar flauta e piano, a ser coordenada e a ter ouvido. Julgo que já nasci (graças a uma costela do meu pai) com ouvido para a música e com noção de ritmo. Ou então, foi porque naquela casa sempre se ouviu música. O meu pai, naquela aldeia que era bem mais aldeia há 30 anos atrás, foi a primeira pessoa a comprar um rádio com leitor de discos e cassetes. Segundo ele conta, para o comprar pediu dinheiro à tia Maria da Luz que depois o devolveu aos poucos. A paixão que ele tinha pela música, era e está mais que provado, imensa. Ao longo de todo este tempo, conseguiu juntar discos e mais discos que os tem guardados ao lado do rádio. Eu já os ouvi todos. Todos mesmo. Alguns mais que uma vez. E cedo aprendi a mexer no rádio e sabia que tinha de ter o maior cuidado com a agulha, que se podia partir facilmente e era cara.
Guardo com saudade as horas que passei ao lado dele. Julgo que somos iguais. Ficávamos em silencio, os dois, a ouvir e a sonhar. Sim, sonhávamos os dois, tenho a certeza.

créditos imagem | pinterest

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